domingo, 31 de janeiro de 2016

LITERATURA E POESIA

Ou fazemos Literatura e Poesia com a verdade de hoje ou com a imaginação prazenteira de ontem. Se a fizermos com a verdade, tornamo-nos impopulares. Porque a verdade é que o Amor é breve , mas a Amizade é eterna; porque a paixão é instantânea, mas o sentimento é perdurável ; porque tudo vai passando, com excepção da verdade com que ajudamos os outros e com que somos ajudados. Toda a gente quer ser ajudado. Quase ninguém está para ter o incómodo de ajudar. 

Assim , a Literatura e a Poesia deixam de o ser e passam a ser a xaropada com que se deliciam os néscios : "oh , minha amada de olhos de cetim e de colo de garça" (mas quem é que já vai nisto ?) Há quem queira fazer Literatura e Poesia assim : a "dizer bonito". Caem no ridículo num instante ! Os outros são os que se atrevem a falar na finitude dos homens, a boiar no ventre de um Tempo infinito. 
Pego hoje mesmo numa antologia de Poesia portuguesa e concluo que a maior parte - a larga maior parte- daquilo tudo, passou. Pouco sobra. Digo, quase nada sobra.

E que ninguém diga que afirmo isto por vaidade. Como quem diz : " E agora eu" !
Nada disso. E agora, eles : os visionários, os alquimistas, os do sonho acordado, os carrascos do antigo bom-gosto, os arautos de um Tempo novo. E nada disto sou eu. Nada, mesmo.
Mas obrigarem-me a dizer que a Literatura e a Poesia é a xaropada pretérita, não. Isso, não ! 
O Tempo é outro . Outras vozes estão à espera, para se fazerem ouvir.

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